quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A Guerra Fria (1947-1991)



Guerra Fria   
      
A Guerra Fria, que ocorreu entre 1947 e 1991, foi um confronto político-ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética. É chamada de fria principalmente por que em nenhum momento da guerra ocorreu um conflito direto entre seus principais envolvidos. Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou arrasada e ocupada pelas duas grandes potencias vencedora, Estados Unidos e União Soviética que, então, disputaram a hegemonia política, econômica e militar do mundo. O mundo acabou sendo dividido entre o Sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada, dos Estados Unidos e o Sistema Socialista, baseado na economia planificada, partido único e igualdade social, da União Soviética.  

  
Harry Truman
          Foi divida em três períodos: clássica, coexistência pacífica e nova. A clássica foi marcada por ações e reações vindas dos Estados Unidos e da URSS por causa do confronto ideológico. Além disso, também houve influências sobre regiões, o que causou conflitos militares locais, como foi o caso da guerra da Coreia.


          Em 12 de março de 1947, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, oficializou a doutrina Truman que defendia um mundo livre, era um contra ponto ao socialismo e contestava a ditadura soviética (já que na época Stalin estava no poder na URSS). Além disso, o secretário de Estado, George Marshall elaborou o plano Marshall com o objetivo de reforçar o capitalismo. O plano constituía de empréstimos com juros baixos para que os países que foram arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se reconstruir.


          Em contraponto, a União Soviética utilizava de instrumento para conseguir a união dos países socialistas europeus a chamada “Kominform”, que gerou o bloco chamado de “cortina de ferro”. Para afastar as influências capitalistas houve fechamento das fronteiras soviéticas. Também, como resposta ao plano Marshall, em 1949, a União Soviética criou a Comecon para ajudar os países socialistas, com o objetivo de que os mesmos não se interessassem na proposta do inimigo, os Estados Unidos.


Em 1949, os Estados Unidos criou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que tinha como objetivo manter alianças militares para que pudessem se proteger de ataques e combater o comunismo. Foi composto inicialmente pelos Estados Unidos, Canadá, França, Países Baixos, Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo, Itálica, Dinamarca, Portugal, Noruega e Finlândia, e mais tarde por Turquia, Grécia e a Alemanha Ocidental


          Como reação, em 1955, a URSS criou o Pacto de Varsóvia para consolidar a união das forçar socialistas. Faziam parte desse Pacto os países do Leste Europeu: Romênia, Albânia, Polônia, Bulgária, Hungria, Tchecoslováquia e Alemanha Oriental. Esses países ficaram conhecidos como bloco de leste.


          Já que a Alemanha aderiu ao plano Marshall para se restabelecer, em 1948, Joseph Stalin determinou um bloqueio por todas as rotas terrestres que davam acesso à Berlim para que o Ocidente não realizasse o abastecimento no Oeste da cidade. Porém, os ocidentais usaram de vias aéreas para realizarem o abastecimento. Isso provocou maior insatisfação soviética fazendo com que em 1949 a Alemanha fosse divida em duas: Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental. A Alemanha Ocidental, também conhecida como República Federal Alemã, foi a parte capitalista, transformada pelos Estados Unidos, a Inglaterra e a França e com a capital em Boon. Diferente da Alemanha Oriental, conhecida como República Democrática Alemã, que era comunista, foi transformada pela União Soviética e tinha sua capital em Berlim,




          A República Democrática Alemã, em 1961, construiu o muro de Berlim que era uma barreira física e circundava toda a Berlim Ocidental. Esse murou simbolizou a divisão do mundo em dois blocos. Ele foi construído durante a madrugada do dia 13 de agosto. Com tentativas de pularem o muro, muitas pessoas foram mortas, feridas ou aprisionadas. Antes da construção do muro cerca de 3,5 milhões de pessoas na tentativa de evitar as restrições de emigrações do Leste fugiram para a Alemanha Ocidental.




          Um dos conflitos ocorridos durante a Guerra Fria Clássica foi a guerra da Coreia. Ela aconteceu entre os anos de 1951 a 1953 e teve um conflito armado de grandes proporções. As causas da guerra foram a divisão que foi ocorrida na Coreia no paralelo 38º com o fim da segunda guerra mundial, o norte ficou aliado dos soviéticos e o sul dos norte-americanos e a tentativa da Coreia do Norte de derrubar o governo da Coreia do Sul, o que fracassou e fez com que os norte-coreanos invadissem o território sul-coreano em 25 de Junho de 1950. Os Estados Unidos entrou na guerra em apoio ao sul, enquanto a URSS e a China ficaram em apoio ao norte. Em 1953, a Coreia do Sul já apresentava diversas vitórias militares. Aproximadamente quatro milhões de pessoas morreram.



          O fim da guerra da Coreia se deu em julho de 1953 quando o governo norte-americano ameaçou utilizar armas nucleares caso a Coreia do Norte não se rendesse. Com isso houve uma intervenção da ONU que buscava a paz por causa do medo do mundo de haver um confronto nuclear. Em 28 de março de 1953, a Coreia do Norte e a China aceitaram a proposta de paz e em 27 de julho de 1953, o acordo de paz foi assinado e a guerra acabou.



          Durante a Coexistência Pacífica, que durou entre as décadas de 60 e 70, ocorreu mudanças nos governos, nos Estados Unidos Eisenhower assumiu o poder, enquanto na União Soviética, após a morte de Stalin em 1953, quem assumiu o poder foi Nikita Kruschev. A Coexistência Pacifica foi uma política de convivência entre os americanos e os soviéticos, a ideia partiu e Kruschev e significaria o esforço de ambos os lados para que não houvesse um confronto militar, havendo somente confrontos ideológicos e tecnológicos, como foi a corrida espacial.



          Na disputa dos meios científicos, o que prevaleceu foi a corrida espacial. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética se focaram em atingir o pioneirismo em relação a exploração do espaço pois acreditavam que aquilo seria necessário para a segurança nacional e símbolo de superioridade tecnológica e ideológica.



          A URSS saiu na frente, quando em quatro de outubro de 1957 lançou o primeiro satélite artificial “Sputinik I”. O segundo passo também foi da URSS e em novembro de 1957 mandaram para o espaço uma cadela chamada Laika como tripulante da nave “Sputinik II” que acabou sendo o primeiro ser vivo a ser mandado para o espaço. O primeiro homem a ir para a Lua também era Soviético e foi Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961. Transportado pela nave “Vostok I” o voo ocorreu 48 minutos. Os Soviéticos fizeram um grande investimento em seu programa espacial e já pensavam em mandar um homem para a lua, porém esse feito foi primeiramente causado pelos EUA.


Do lado dos Estados Unidos, logo após o Satélite “Sputinik I” ser enviado, ele enviou o satélite “Explorer I”, em 31 de janeiro de 1958. Apesar de ter sido inicialmente feito com pouco investimento, o programa espacial dos Estados Unidos vendo os feito da União Soviética decidiu criar, em julho de 1958, a NASA. Como os soviéticos mandaram o primeiro homem para o espaço, os Estados Unidos não perdeu tempo e em cinco de maio de 1961 mandou seu primeiro homem para o espaço.  

          
          Em 1960, os dois países já pensavam em mandar o primeiro homem para a lua. Apesar da URSS ter arrancado na frente no começo da corrida espacial, os Estados Unidos investiu intensamente no “Projeto Apollo” e no natal de 1968, os tripulando do “Apollo 8” foram os primeiros a fazerem uma viagem em volta da lua. Porém, em 1969, com um investimento de 20 bilhões de dólares, Neil Armstrong e Edwin Aldrin foram os primeiros homens a caminharem em solo lunar na expedição do “Apollo 11”. Depois das realizações dos Estados Unidos, a URSS não conseguiu acompanhar o desenvolvimento e foi perdendo as forças.


          Um dos conflitos ocorridos durante esse período foi a guerra do Vietnã. Suas causas foram o crescimento do norte comunista sobre o sul capitalista, o medo dos Estados Unidos de uma expansão comunista na Ásia e as ações militares norte-americanas contra o norte. O confronto foi com o Vietnã na parte sul contra os Estados Unidos e teve participação secundária da Coreia do Sul, da Austrália e da Nova Zelândia



          As consequências da Guerra do Vietnã foram o uso em grande escala de material bélico, principalmente armas químicas como foi o caso da “bomba de Nepal”, o grande uso de drogas por parte dos militares norte-americanos e a mortalidade de jovens. Além disso, a guerra gerou movimentos de paz pelo mundo, como o movimento Hippie “paz e amor”. O Estados Unidos foi derrotado, o que gerou um crescimento do comunismo.


          Um dos efeitos da guerra do Vietnã foi uma crise política nos Estados Unidos onde a população foi contraria ao governo por causa de um caso de corrupção denominado Watergate. Começaram, então, investigações oficias na sede do comitê nacional democrático. Com o tempo, várias provas foram sendo ligadas aos atos de espionagem ao partido republicado. Por conta disso o presidente Richard Nixon renunciou o poder.


          Nos anos de 1980, ocorreu a nova guerra fria. Esse período foi caracterizado pelas novas ações diretas contra a URSS e a nova corrida armamentista. Inicialmente, o governo dos EUA foi modificado e Ronald Reagan assumiu a presidência. Logo que entrou no poder, Reagan propôs um programa militar para construir um sistema de defesa contra ataques nucleares que ficou conhecido informalmente como “Guerra nas Estrelas”.



          Do outro lado, a URSS começava com a produção de novos armamentos. Porém, houve um gasto muito alto dos recursos o que gerou uma crise econômica na União Soviética, além de uma crise política devido aos casos de corrupção. Com isso, Gorbachev assumiu o poder na URSS. Como uma tentativa de solução para o fim da corrupção e da crise econômica, criou a “Perestroika”, com o objetivo de abrir a economia soviética para a iniciativa privada.No começo da década de 1990, foi implantada uma iniciativa chamada “Glasnot”, com a meta de existir uma transparência no partido comunista e com isso combater a corrupção.


          Porém, existiram grupos contrários às ideias do Gorbachev, comunistas ortodoxos e niilistas. Esses mesmos grupos realizaram o sequestro de Gorbachev. Entretanto, um político local russo, chamado Boris Yeltsin fez uma campanha popular em favor de Gorbachev. Isso gerou um grande apoio da população que fez com que Gorbachev conseguisse sua liberdade e tivesse um prestigio junto à população.


          Com a ideia da Perestroika, que ia contra os princípios socialistas (onde não poderia existir empresas privadas), a União Soviética foi enfraquecendo e indo em direção de uma economia de mercado capitalista. Então, ocorreu um acordo entre as repúblicas soviéticas, que criaram a CEI (Comunidade dos estados independentes). Com o fim da União Soviética aconteceu o fim da Guerra Fria também, pois já não haveria um oponente para o Estados Unidos.


          É bom ressaltar que o fim da guerra fria pode também ser considerado a partir da queda do muro de Berlim, que aconteceu em 1989. Esse fato simbólico decretou o fim de décadas de disputas ideológicas, econômicas e militares entre o bloco socialista e o bloco capitalista. Com a queda do muro de Berlim, também ocorreu a reunificação da Alemanha.